"Tão forte como o primeiro dia."
Um, dois, três.. contava eu juntamente com o palpitar do meu coração. De repente, os meus olhos cerram-se, com força receando assim qualquer tipo de resposta indesejada. Esperando assim o momento em que me agarrarias nas mãos, prometias mundos e fundos e, juntamente com um suspiro sincero: "Amo-te."
Quatro, cinco, seis.. nada saia. Era como se ambas as bocas tivessem cerradas para que nada dali saísse. Então avancei eu. Corajosa e destemida, já esperando assim uma resposta negativa. "Se não fores tu, ninguém será. Se não avançares tu, eu também não o farei pois, tu tens de ver, tens de lutar pelas coisas e não seres o que mais fácil te adita. Tu podes mudar.. toda a gente pode! Basta querer.. basta quereres." Sete, oito, nove.. os meus olhos choravam, as minhas mãos tremiam enquanto os dedos se contorciam uns nos outros. Tentei manter a calma, mas esta cada vez era mais escassa.
Para que não visse as minhas lágrimas, limpava-as com o cimo da mão, de seguida com a palma e novamente com o cimo.. sucessivamente. Numa voz mísera e calma tentava que me ouvisses uma última vez: "Vá, diz algo." Tu não dizias.. Apenas colocavas aquela cara de arrependimento + desespero e eu esperava e esperava.
Dez, onze, doze.. já não podia aguentar mais, era demasiada tristeza para mim. Levantei-me e corri para a primeira porta de saída (isto, numa quinta chuvosa - Aveiro). Corri em busca de um destino incerto e ao mesmo tempo que o fazia, as lágrimas escorregavam cada vez e mais.
Treze, catorze, quinze.. tristeza, ódio, arrependimento, era tudo o que em mim passava.
Dezasseis, dezassete, dezoito.. continuava a caminho, não sabia bem para onde, só queria desaparecer dali! Tinha sido sincera e de nada tinha resultado. Será que a próxima será assim? Ou melhor, haverá uma próxima?
Dezanove, vinte, vinte e um.. finalmente as lágrimas haviam secado. Imensos pensamentos surgiam na minha cabeça de forma súbita e eu nada fazia\entendia.
Vinte e dois, vinte e três, vinte e quatro.. tu. Sim, tu. Vieste-me á cabeça novamente e tudo aquilo que havíamos feito outrora. Era bom ou mau? Valia a pena o retorno? Era algo eterno, disso eu tinha a certeza. Olhei para trás e achei que tudo o que achava que deveria de fazer, tinha de ser feito. Dei um passo... dois... três. Quando dei por mim, já me encontrava a correr em direcção a ti, novamente.
Vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete.. já te avistava ao longe e por cada passo que cada, o meu coração batia mais e mais, mais e mais. Duvidava da pressão que seria, mas mesmo assim seguia em frente, pronta para te dizer tudo aquilo que outrora deveria ter sido dito.
Fiz-te ver quem tu eras, quem eu era, o que eu pretendia de ti (nada mais que a tua felicidade). Por breves momentos abriste os olhos, ergues-te a cabeça e sorriste. Haverias tu ter entendido (finalmente) o que eu havia dito? Talvez.. ao menos parecia.
Já tudo dito e tu permanecendo calado, viro costas, dou o 1º passo. De repente, algo me puxa para trás.
Vinte e oito: "Vem experimentar comigo desta minha felicidade, prometo jamais esquecer-me de ti e de tudo o que por mim fizeste. Amo-te."
Finalmente, a palavra!